Por que a Sony lançou a FX2? A resposta é mais comercial do que técnica.
- Daniel Marvel
- 20 de jul.
- 3 min de leitura
A FX2 não foi criada por necessidade técnica. Ela surgiu por pressão de mercado. A Sony estava deixando um vácuo de quase 2 mil dólares entre a FX30 e a FX3, espaço que marcas como Panasonic, Fuji e Canon estavam ocupando com força. Com isso, a marca arriscava perder o videomaker que já queria sair do APS-C, mas ainda não tinha grana (ou motivo real) pra investir numa FX3.
O lançamento da FX2 é uma jogada clara pra não perder esse cliente — e nem o dinheiro dele.
Corpo compacto, pedigree de cinema
A FX2 pertence à linha Cinema Line, com design plano, câmera leve (679 g) e interface familiar, ideal para setups ágeis. Com ventilação ativa, ela permite gravação contínua em 4K 60p por até 13 horas. O corpo traz tela articulada, visor OLED de alta resolução e botões dedicados iguais às irmãs mais caras.

Especificações técnicas principais
Sensor: Full-frame Exmor R BSI CMOS de 10.2 MP
Processador: BIONZ XR
Dual Base ISO: 800 e 4.000
Faixa dinâmica: 15+ stops
Gravação:
4K (UHD/DCI) até 60p 10-bit 4:2:2 All-Intra
Full HD até 120p
Codecs XAVC S, S-I e HS (H.264/H.265)
Saída: 16-bit RAW via HDMI
Estabilização: 5 eixos com Active IS
AF: IA com tracking em tempo real de humanos, animais, carros e mais
FX2 vs FX3 vs FX30 — qual a diferença real?
Modelo | Sensor | 4K até | Slow-mo | DS ISO | Preço US |
FX30 | APS-C | 120 fps S35 | 120 fps | Dual Base | ~US$ 1.800 |
FX2 | Full‑frame | 60 fps FF | 120 fps FHD | 800/4.000 | ~US$ 2.900 |
FX3 | Full‑frame | 120 fps FF | 120 fps | 800/12.800 | ~US$ 3.900 |
A FX2 entrega o mesmo sensor da FX3, no mesmo corpo compacto, mas sem suporte a 4K 120p e sem algumas funções avançadas. É, literalmente, uma FX3 mais enxuta e mais acessível.

Opinião pessoal: a FX2 não existe porque a Sony quis. Ela existe porque teve que existir.
Essa câmera não nasceu por demanda técnica, e sim por um movimento claramente comercial. A Sony vinha deixando um buraco perigoso entre a FX30 e a FX3. E nesse intervalo de quase dois mil dólares, outras marcas estavam crescendo. Fuji, Panasonic, Canon. Todas oferecendo mais valor por menos.
A FX2 é uma resposta a isso. Uma tentativa de manter o cliente dentro do ecossistema antes que ele escape pra concorrência. É uma câmera que herda muito da FX3, sensor full-frame, autofoco com IA, corpo Cinema Line, mas chega cortando o que encarece: sem 4K 120p, sem RAW interno, sem firula. Tudo pra chegar na casa dos US$ 2.900.
Agora, se ela vai funcionar? Aí é o mercado que vai dizer.
Na prática, a FX2 entrega o necessário pra quem vive de vídeo. 4K 60p confiável, gravação All‑Intra, corpo leve e sólido e um workflow seguro. Tudo com cara de cinema, sem apelar pra mirrorless de uso geral.
Se vale o investimento? Depende do tipo de produção. Mas uma coisa é certa. Essa câmera foi pensada pra tapar um buraco estratégico. E isso, por si só, já diz muito sobre o momento atual da Sony.
Apenas o tempo e o mercado vão dizer se a FX2 vai ser um sucesso… ou um flop total.

Concorrentes diretos: onde a FX2 se posiciona?
Panasonic S5IIX (~US$ 2.200): ProRes interno, excelente latitude, mas AF inconsistente
Canon R6 II (~US$ 2.500): híbrida excelente, mas ainda com viés fotográfico
Fujifilm X-H2S (~US$ 2.500): APS-C stacked sensor, ótimo em FPS e codecs, mas sem o look full-frame
A FX2 não chega pra ser a mais poderosa. Ela chega pra ser a mais estratégica.
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Fonte: Review da Sony FX2 na CineD, com dados complementares da Sony, B&H, TV Technology e DPReview.
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